Paula acredita que teve depressão por causa de seu estilo de vida quando muito jovem. “Eu não fui uma menina comum. Em vez de ir às festinhas, eu era o evento. Eu sentia falta de algo que não sabia o que era. Me relacionar com as pessoas, ter um namorado. Eu não culpo ninguém, mas foi uma consequência das minhas escolhas pela carreira”, contou.
Paula começou a investir na carreira musical aos oito anos e recebeu muitos ‘não’ no começo. Durante a adolescência, a falta de uma vida considerada ‘normal’ pesou e a cantora teve depressão aos 16. “A primeira lembrança que eu tenho é de quando eu tinha 16 anos e comecei a ter uma pequena arritmia. Ninguém acreditava que isso poderia ser sintoma de uma crise de pânico”, conta.
Depois de aceitar o tratamento, Paula começou a tomar os remédios.  “A fase mais difícil é a que você está ignorante sobre o que está sentindo. Acha que vai morrer e não sabe o que está acontecendo. Outra fase é a em que você começa a melhorar, mas não acredita nisso até tomar confiança”, disse.
A cantora deixou o quadro depressivo há cerca de dez anos, mas até hoje faz terapia e se preocupa em manter uma vida saudável. Para ela, o mais importante é acabar com o preconceito e assumir a doença.
“Para aquelas que desconfiam, a primeira coisa que tem que fazer é perder o preconceito. E para aquelas que já descobriram, é continuar o tratamento. O preconceito é o maior dos problemas. Qualquer pessoa pode ter depressão e muita gente jura de pé junto que não tem. Isso é um dos maiores problemas!”, disse.
Se Paula não tivesse aceitado o tratamento, as coisas poderiam ser diferentes, segundo ela. “Eu não estaria aqui, teria feito alguma bobagem”, conta. A cantora também afirma que nunca pensou em se matar: “Eu nunca teria coragem, e uma coisa que não perdi foi a consciência”.
Hoje, ela considera que a doença foi um impulso na carreira e serviu de fortalecimento. “Infeliz, nunca fui; eu fiquei doente”, afirmou.
Paula Fernandes diz que nunca foi infeliz




Fonte: G1